segunda-feira, 23 de maio de 2011

Seminário: Máscara Urbana - Lisboa

SEMINÁRIO COM DONATO SARTORI_Máscara Urbana_ 24 Maio a 1 Junho 2011_Lisboa
inscrição gratuita |
+ informações: seminario.donatosartori@gmail.com

A dinastia SARTORI inicia-se com o pai de Donato, Amleto Sartori.

Em 1947, Amleto foi chamado à Universidade Pádua de Gianfranco De Bosio para ensinar a modelação de máscaras teatrais junto do teatro universitário. No mesmo período, conheceu Jacques Lecoq – conhecido mimo francês - que também sem encontrava em Pádua. Iniciaram seguidamente uma longa colaboração com Giorgio Strehler e Paolo Grassi no Piccolo Treatro di Milano. O Arlequim servidor de dois mestres de Carlo Goldoni com a encenação de Strehler e a participação de Marcello Moretti no papel de Arlequim, deu origem a uma nova epopeia da Commedia dell’ Arte no teatro do século XX. As máscaras Sartori rapidamente fascinaram importantes Mestres do teatro, tais como Eduardo De Pilippo, Squarzina, Enriquez, Jean Louis Barrault, Jacques Lecop, e muitos outros no Teatro Internacional.

Em Novembro de 1979, Donato Sartori funda o Centro Máscaras e Estruturas Gestuais com a arquitectura Paola Piizzi e o cenógrafo Paolo Trombetta. Em 1980, o Centro inicia a sua colaboração com a Bienal de Veneza com um primeiro projecto ligado ao conceito de “máscara urbana”. Os projectos explosivos, as instalações urbanas e as colaborações com as universidades prosseguem depois em todo o mundo, até aos dias de hoje.

Ritualidade e festa: conceitos antigos que sempre acompanharam a história da criatividade. No mundo ocidental perdeu-se a motivação, seja de ordem religiosa seja de intercessão. Os mitos foram substituídos por elementos mais ajustados à civilização contemporânea, mais ligados ao consumo, ao rito colectivo, determinado pela música, pelo desporto…

Recorrendo a um princípio de modificação do ambiente urbano, conhecido já em tempos recuados em muitas civilizações, o Centro intervém com um projecto de instalação urbana que cria um momento de efémera magia arquitectural e predispõe o público a uma tensão participativa.

“Mascarar” por conseguinte uma situação urbana para transformar a dimensão primitiva e revelar um sugestivo encanto metafísico. A decoração urbana assim predisposta torna-se um recipiente ideal de gestos e de provocações de criatividade que terão em conta um público não passivo, convidando-o à acção lúdica. Gesto, imagem e som são dados em circunstâncias, por vezes sugeridos pela improvisação, levando o público “a consumir” a obra de arte que se torna “meio “ de comunicação. O público transforma-se em actor numa acção colectiva que volta a dar-nos por momentos o rito tribal, a dança e o jogo do qual se perdeu o significado.

Seminário estará dividido em duas fases operativas: parte teórica e parte prática.

1ª fase
24 e 26 Maio_10h-13h ou 15h-18h
Introdrução à história da máscara, desde os seus usos ritualistas nas sociedades tribais, à multiplicidade de usos nas artes performativas (Teatro Noh – Japão; Commedia dell'Arte – Itália, etc.), até à integração do conceito de máscara no espaço urbano como forma de intervenção artística no espaço público.
Contacto com o trabalho artístico de Donato Sartori, nomeadamente os trabalhos realizados para a Bienal de Veneza e outras instituições ligadas às artes visuais e transdisciplinares.

2ª fase
27 Maio 9h30-12h30 e 15h18h| 30 Maio 9h – 4h (31 Maio)| 1 Junho 20h30 - 1h30
Proceder-se-á à explicação dos trabalhos técnicos inerentes à montagem, desde as fixação de cabos e ganchos, à preparação e tensão da fibra acrílica, a rede, etc. Nesta fase, formam-se os grupos de trabalho que, em alguns pontos emblemáticos da cidade, irão praticar a produção das instalações urbanas que servem também para a experimentação sistemática de novos materiais, como sinais distribuídos oportunamente no tecido citadino. Os participantes terão um papel activo durante o espectáculo de dia 1 de Junho, na abertura das Festas de Lisboa.